Há duas semanas tive o privilégio de conhecer pessoalmente o jornalista, escritor, editor e ativista indiano radicado no Chile Vijay Prashad, que esteve pela primeira vez na Austrália para uma série de palestras. Dias antes, ele esteve em Aotearoa, também conhecida como Nova Zelândia, para outros tantos encontros.

Após a turnê na Oceania, Vijay escreveu em sua carta semanal no Instituto Tricontinental de Pesquisa Social:

Em 6 de fevereiro de 1840, o Te Tiriti o Waitangi (Tratado de Waitangi) foi assinado por representantes da Coroa Britânica e dos grupos maoris de Aotearoa. O tratado (que não tem nenhum similar na Austrália) alegava que “protegeria ativamente os maoris no uso de suas terras, pescarias, florestas e outras posses preciosas” e “garantiria que ambas as partes [do tratado] viveriam juntas pacificamente e desenvolveriam a Nova Zelândia em parceria”. Enquanto estava em Aotearoa, fiquei sabendo que o novo governo de coalizão busca “reinterpretar” o Tratado de Waitangi para reverter as proteções às famílias maori. Isso inclui iniciativas de encolhimento, como a Autoridade de Saúde Māori (Te Aka Whai Ora) e programas que promovem o uso do idioma maori (Te Reo Maori) em instituições públicas. A luta contra esses cortes incentivou não apenas as comunidades maori, mas também grande parte da população que não quer viver em uma sociedade que viola tratados.

Pois bem, nesta quinta-feira (14), quando o novo governo do ex-empresário Christopher Luxon tentou passar no parlamento a lei que reinterpretaria o documento legal fundador da Nova Zelândia, Hana-Rawhiti Maipi-Clarke, do Partido Maori, a mais jovem parlamentar do país desde 1853, rasgou o projeto de lei e iniciou o poderoso haka abaixo em protesto:

Toda solidariedade aos maoris!

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